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Opinião

Ainda sobre a "maka" dos luxuosos Toyotas VXR para o CES

Ainda sobre a "maka" dos luxuosos Toyotas VXR para o CES
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Apesar de ser usual a oferta de viaturas por parte do PR, como forma de agradecimento, por feitos  relevantes, como as vitórias desportivas em campeonatos africanos ou internacionais, a notícia sobre a oferta de viaturas aos conselheiros do CES provocou muitas reacções contrárias.

As selecções nacionais de futebol com muletas e a feminina de Andebol receberam medianos Toyotas Prado,  os eruditos conselheiros que não suam as camisolas, receberam luxuosos Toyotas VXR.

Estes acontecimentos revelam acima de tudo a nossa incapacidade em saber recompensar os cidadãos que se destacam. O maior ou menor mérito do cidadão é reconhecido pelo tipo de Toyota que recebe. Afinal, o Japão é um país rico e a nossa obrigação é fazê-los ainda mais ricos comprando-lhes os Toyotas mais caros.

É indiscutível que quem se esforça e trabalha deve ser recompensado. No caso dos Conselheiros, o  problema está no princípio de considerar-se o seu trabalho "pro bono",  um sintoma da dificuldade  crónica em valorizar o trabalho intelectual dos consultores residentes. Facilmente aceitamos pagar milhões de dólares aos estrangeiros para receber os seus conselhos mas, quando se trata da "prata da casa", a coisa muda de figura, quando muito, são equiparados aos desportistas, com o devido respeito por estes. Na verdade o princípio de recompensar em natura, à uns e à outros, é totalmente inadequado, faz tempo que a humanidade abandonou a permuta como forma de materializar valor das trocas, para isso foi inventando o dinheiro.

O reconhecimento deve ser feito, antes de tudo, pela atribuição de  medalhas,  diplomas de mérito e outras formas imaterias de reconhecimento moral da sociedade aos membros que se destacam, todavia como "não só do pão vive o homem".  Também pode ser feito de forma material, mas sempre de preferência em dinheiro.

É perfeitamente aceitável, compreensível e no interesse público que os membros do CES  sejam remunerados e deveriam sê-lo com base em critérios objectivos e usuais tais como senhas de presença nas reuniões, por pareceres emitidos e estudos realizados etc.. Desta forma haveria muito mais transparência e benefícios para os conselheiros e para sociedade.

Facilmente aceitamos pagar milhões de dólares aos estrangeiros para receber os seus conselhos mas, quando se trata da "prata da casa", a coisa muda de figura

O valor da compra das viaturas daria para suportar um rendimento bruto de AOA 20 milhões ( $40 mil USD) para cada conselheiro por ano durante os cinco anos do seu mandato e teria as seguintes vantagens:

1 - Distribuir a despesa orçamental ao médio prazo garantido rendimentos ao longo do mandato de cino anos.

2 - Um carro aumenta as despesas (seguro, manutenção, combustível etc.) um rendimento permite aumentar a poupança e/ou bem estar de quem recebe de acordo com sua vontade e necessidade.

3 - Uma remuneração permitiria a  distribuição de rendimento para mais pessoas na sociedade.  Do estado para os Conselheiros e dos Conselheiros para mais cidadãos e/ou empresas por via do consumo de bens, salário dos seus empregados, ajuda famíliar, caridade, etc.

4 - A oferta das viaturas concentra a despesa do estado num único momento, concentra o ganho das mais valias no concessionário que vende, no exportador envia e na Toyota que fábrica viaturas.

5 - A compra de viaturas aumenta as despesas em divisas, é equivalente a pagarmos os conselheiros com milhões de Dólares em vez Kwanzas. Para agravar recebem um activo que vai gerar continumente fluxos financeiros negativos também em Dólares (as peças são importadas).

Como o próprio nome diz, o CES deve aconselhar sobre a concertação social. O principal problema social de Angola é sem dúvida o desemprego. É no mínimo desconfortável ver a massa intelectual angolana que deve pensar em como criar mais empregos, ser compensada de uma forma que contribui muito mais para criar  empregos no Japão do que em Angola. Essa decisão, de comprar Toyotas, deveria ter sido deixada ao critério dos Conselheiros mas para isso teriam de ser remunerados e tudo seria mais fácil.

É perfeitamente aceitável, compreensível e no interesse público que os membros do CES  sejam remunerados e deveriam sê-lo com base em critérios objectivos e usuais, tais como senhas de presença nas reuniões, por pareceres emitidos e estudos realizados etc. Desta forma, haveria muito mais transparência e benefícios para os conselheiros e para sociedade.

Destaque

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Kandu Santos

Consultor de Negócios

Apesar de ser usual a oferta de viaturas por parte do PR, como forma de agradecimento, por feitos  relevantes, como as vitórias desportivas em campeonatos africanos ou internacionais, a notícia sobre a oferta de viaturas aos conselheiros do CES provocou muitas reacções contrárias.

As selecções nacionais de futebol com muletas e a feminina de Andebol receberam medianos Toyotas Prado,  os eruditos conselheiros que não suam as camisolas, receberam luxuosos Toyotas VXR.

Estes acontecimentos revelam acima de tudo a nossa incapacidade em saber recompensar os cidadãos que se destacam. O maior ou menor mérito do cidadão é reconhecido pelo tipo de Toyota que recebe. Afinal, o Japão é um país rico e a nossa obrigação é fazê-los ainda mais ricos comprando-lhes os Toyotas mais caros.

É indiscutível que quem se esforça e trabalha deve ser recompensado. No caso dos Conselheiros, o  problema está no princípio de considerar-se o seu trabalho "pro bono",  um sintoma da dificuldade  crónica em valorizar o trabalho intelectual dos consultores residentes. Facilmente aceitamos pagar milhões de dólares aos estrangeiros para receber os seus conselhos mas, quando se trata da "prata da casa", a coisa muda de figura, quando muito, são equiparados aos desportistas, com o devido respeito por estes. Na verdade o princípio de recompensar em natura, à uns e à outros, é totalmente inadequado, faz tempo que a humanidade abandonou a permuta como forma de materializar valor das trocas, para isso foi inventando o dinheiro.

O reconhecimento deve ser feito, antes de tudo, pela atribuição de  medalhas,  diplomas de mérito e outras formas imaterias de reconhecimento moral da sociedade aos membros que se destacam, todavia como "não só do pão vive o homem".  Também pode ser feito de forma material, mas sempre de preferência em dinheiro.

É perfeitamente aceitável, compreensível e no interesse público que os membros do CES  sejam remunerados e deveriam sê-lo com base em critérios objectivos e usuais tais como senhas de presença nas reuniões, por pareceres emitidos e estudos realizados etc.. Desta forma haveria muito mais transparência e benefícios para os conselheiros e para sociedade.

Facilmente aceitamos pagar milhões de dólares aos estrangeiros para receber os seus conselhos mas, quando se trata da "prata da casa", a coisa muda de figura

O valor da compra das viaturas daria para suportar um rendimento bruto de AOA 20 milhões ( $40 mil USD) para cada conselheiro por ano durante os cinco anos do seu mandato e teria as seguintes vantagens:

1 - Distribuir a despesa orçamental ao médio prazo garantido rendimentos ao longo do mandato de cino anos.

2 - Um carro aumenta as despesas (seguro, manutenção, combustível etc.) um rendimento permite aumentar a poupança e/ou bem estar de quem recebe de acordo com sua vontade e necessidade.

3 - Uma remuneração permitiria a  distribuição de rendimento para mais pessoas na sociedade.  Do estado para os Conselheiros e dos Conselheiros para mais cidadãos e/ou empresas por via do consumo de bens, salário dos seus empregados, ajuda famíliar, caridade, etc.

4 - A oferta das viaturas concentra a despesa do estado num único momento, concentra o ganho das mais valias no concessionário que vende, no exportador envia e na Toyota que fábrica viaturas.

5 - A compra de viaturas aumenta as despesas em divisas, é equivalente a pagarmos os conselheiros com milhões de Dólares em vez Kwanzas. Para agravar recebem um activo que vai gerar continumente fluxos financeiros negativos também em Dólares (as peças são importadas).

Como o próprio nome diz, o CES deve aconselhar sobre a concertação social. O principal problema social de Angola é sem dúvida o desemprego. É no mínimo desconfortável ver a massa intelectual angolana que deve pensar em como criar mais empregos, ser compensada de uma forma que contribui muito mais para criar  empregos no Japão do que em Angola. Essa decisão, de comprar Toyotas, deveria ter sido deixada ao critério dos Conselheiros mas para isso teriam de ser remunerados e tudo seria mais fácil.

É perfeitamente aceitável, compreensível e no interesse público que os membros do CES  sejam remunerados e deveriam sê-lo com base em critérios objectivos e usuais, tais como senhas de presença nas reuniões, por pareceres emitidos e estudos realizados etc. Desta forma, haveria muito mais transparência e benefícios para os conselheiros e para sociedade.

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